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Matéria publicada na Folha de São Paulo, 22 de março de 2012.

Uniforme inteligente entrega aluno que cabula aula na Bahia

Na escola, sensor detecta chip colocado em camiseta de estudante e avisa os pais, por SMS, que ele está presente

Secretário de Educação de Vitória da Conquista diz que o microchip é resistente: 'Pode lavar, passar e dobrar'

NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO

Desde o início da semana, alunos da rede municipal de Vitória da Conquista, na Bahia, não vão mais poder cabular aulas. Um "uniforme inteligente" vai contar aos pais se os alunos chegaram à escola -ou "dedurar" se eles não passaram do portão.

O sistema, baseado em rádio-frequência, funciona por meio de um minichip instalado na camiseta do novo uniforme, que começou a ser distribuído para 20 mil estudantes na segunda-feira.

Funciona assim: no momento em que os alunos entram na escola, um sensor instalado na portaria detecta o chip e envia um SMS aos pais avisando sobre a entrada na instituição.

Se, em 20 minutos após o início da aula, o aluno não passar por lá, o aviso muda de tom e os pais recebem a frase: "Seu filho ainda não chegou na escola".

Segundo o secretário municipal de Educação, Coriolano Moraes, a ideia é manter os pais informados sobre a frequência dos alunos.

"Percebemos que muitos pais deixavam os alunos na escola, mas logo saíam correndo para o trabalho e não viam se eles entravam", afirma.

"Depois, quando chamávamos para uma reunião, eles ficavam surpresos com o número de faltas dos filhos."

Agora, a cada três faltas, os pais vão ser chamados à escola para justificar a ausência. Caso eles não compareçam, a instituição pode avisar o Conselho Tutelar e o Ministério Público.

Em uma parte dos uniformes, o equipamento fica escondido no brasão da escola. Em outra, fica na manga, camuflado no meio da frase de Paulo Freire: "A educação não transforma o mundo. A educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo".

A distribuição, segundo Moraes, tem o objetivo de evitar que os alunos descubram um jeito de burlar o sistema -o que, diz ele, é praticamente "impossível" devido a um sistema de segurança do chip.

Ele também diz que a tecnologia é resistente. "Pode lavar, passar e dobrar", diz.

Ao todo, o valor investido foi de R$ 1,2 milhão. A estimativa é que o sistema funcione para os primeiros 20 mil alunos em até 15 dias. A metade restante deve ser contemplada até 2013.

 


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