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São Paulo, 03 de dezembro de 2012.

Ofício n.º 119/2012

Excelentíssimo Senhor,

Temos a informação de que há, na mesa do Sr. Governador, uma proposta de reajuste para o magistério, ainda para este ano de 2012.

Queremos lembrar que na mesma lei que concedeu o reajuste, em quatro anos ao magistério, há o compromisso do Governador de cobrir, anualmente, as defasagens causadas pela inflação do período.

De fato, já em 2011, no primeiro ano da vigência do reajuste, ocorreu uma defasagem de 6,5%, que deveria ter sido compensada em 2012. Até porque os 10% de reajuste, em 2012, incluíram a incorporação da última parcela da GAM, o que determinou um reajuste real inferior, para quem já vinha recebendo aquele benefício. Para essas pessoas, o aumento foi de apenas 5,5%.

Assim, Sr. Governador, aguardamos, ainda neste mês de dezembro, a concessão do reajuste do projeto que se encontra sobre sua mesa, a fim de que V. Exa. cumpra o compromisso assumido com o magistério estadual.

Entendemos que o fato de os governos descumprirem seus compromissos com o magistério cria, no seio dos profissionais da educação da rede pública estadual, um sentimento de profundo rancor contra as autoridades, que, queira ou não, influencia a opinião pública, levando à rejeição política de seus candidatos.

Como explicar a grave rejeição ao nome do candidato do PSDB, José Serra, no segundo turno da recente eleição à Prefeitura de São Paulo?

O fenômeno só pode ser explicado pelo comportamento autoritário e insensível de José Serra ao tempo em que foi governador do Estado de São Paulo, ocasião em que tratou os profissionais da educação com total desprezo. Não atendeu as justas demandas da educação, furtou-se ao diálogo com a categoria e não soube lidar com a greve do magistério, em 2010.

Quando deixou o cargo de Governador para se candidatar à Presidência da República, Serra já havia deixado atrás de si um misto de ódio e rancor no seio da esmagadora maioria dos membros do magistério estadual.

Resultado: perdeu milhões de votos no Estado de São Paulo, fato que se repetiu, nas devidas proporções, nas eleições municipais.

Esqueceu-se José Serra de que o magistério estadual é formador de opinião!

Ao tomar posse, Senhor Governador, Vossa Excelência aprovou um projeto de reestruturação salarial para o magistério, para todo um mandato; além disso, comprometeu-se a evitar defasagens salariais ao longo desses quatro anos. Com isso, Vossa Excelência angariou a simpatia de numerosos profissionais da educação da rede pública estadual, esperançosos de que, ao final de seu governo, os salários do magistério estadual alcançariam um patamar razoável.

Acreditamos que Vossa Excelência, que ainda goza de prestígio em vastas camadas da população paulista, não pretende repetir os erros de seu correligionário que, ao que parece, com a derrota nas eleições municipais, encerra melancolicamente sua trajetória político-partidária.  

Respeitosamente,

 

Chico Poli
Presidente



Excelentíssimo Senhor
Dr. Geraldo Alckmin
DD. Governador do Estado
São Paulo - SP

 

 

 

 
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