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UDEMO | 4/05/20 | Atualizado em 4/05/20 12:51


ENSINO REMOTO: CADA VEZ MAIS REMOTO!

De todo o Brasil, um estado resolveu encarar o problema de forma realista: o Tocantins. O governador, reconhecendo a falta de infraestrutura da rede, o despreparo dos professores e dos alunos para o ensino remoto, a dificuldade de as famílias acompanharem os trabalhos dos filhos em casa, decretou férias escolares antecipadas.

Nos outros estados, e no Distrito Federal, o ensino remoto está acontecendo, de forma atropelada, com professores, pais e alunos apontando dificuldades e limitações para tirar dúvidas, além da ausência de interação social.

Principais problemas apontados nesses estados:

  1. 39% dos domicílios brasileiros não têm acesso à internet por falta de computador.
  2. Dificuldades e limitações para tirar dúvidas, e ausência de interação social.
  3. Falta de organização do trabalho e dos turnos por parte do governo. A questão, inclusive, é alvo de denúncia de entidades sindicais no Ministério Público Estadual do Paraná.
  4. As orientações são contraditórias e casuísticas: num dia orienta-se de uma forma; no dia seguinte, muda-se a orientação.
  5. Chats e memes viraram piadas, provocações, risadas e até mesmo desrespeito aos professores.
  6. Os professores não são protagonistas nesse processo, apesar de os governos tentar convencê-los do contrário;
  7. A própria presidente do CONSED (Conselho Nacional de Secretários de Educação) reconhece o improviso: “Não há um padrão específico nacional. Por conta da pandemia, o carro estava andando e a gente teve que começar a fazer. Cada estado começou a se virar sozinho, achar uma saída, recriar as atividades, e os professores também”. Lembramos que “Educação não combina com improvisação”.
  8. Na Bahia, afirma a Dirigente: “O que estamos fazendo, a cada 15 dias, um mês, é socializar nossas experiências, e aí vamos vendo o que tem dado certo e o que não tem dado. Tudo é muito novo”. Ou seja, “ensaio e erro”.
  9. No Distrito Federal,  as tele-aulas e a plataforma virtual não são consideradas como dia letivo, e sim como atividades complementares. Por conta disso, não contabilizam presença nem cobram pontuação dos alunos.
  10. Uma pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), que auxilia o Comitê Gestor da Internet no Brasil na implementação de projetos e decisões, aponta que 39% dos domicílios brasileiros não têm acesso à internet por falta de computador. Muitos domicílios não têm nem acesso à banda larga e a outras ferramentas.
  11.  Com o tempo, isso vai desfavorecer ainda mais as populações e comunidades historicamente vulneráveis, que têm maior dificuldade de acessar esses mecanismos. Vai aprofundar as desigualdades e aprofundar o quadro de exclusão que nós temos com relação às escolas indígenas, quilombolas, do campo, e na educação especial.
  12.  A Udemo retoma e reforça sua posição: nas escolas públicas estaduais, deve-se decretar férias coletivas até a retomada das aulas presenciais. Durante essas férias, deve-se estimular nos alunos o hábito da leitura, com o fornecimento de livros, revistas e outros materiais compatíveis com a idade do aluno, ano e série escolares. Se os alunos lessem mais – ou melhor, se adquirissem o hábito da leitura –, teriam melhor desempenho em todos os componentes curriculares. E os alunos, pais de alunos, professores e gestores teriam a saúde preservada para a futura retomada das aulas presenciais. Saúde física, mental e emocional. Não se trata de “cruzar os braços e não fazer nada durante a pandemia”. Trata-se de não “piorar o que já está ruim”, na educação, apenas para tentar “mostrar serviço”.

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