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UDEMO | 11/05/20 | Atualizado em 11/05/20 15:00


PESSIMISMO, OTIMISMO, INGENUIDADE

 

Pessimismo é negativo. É a disposição de quem sempre espera pelo pior. Realismo é positivo. É analisar os fatos como eles são, buscando o máximo de imparcialidade e impessoalidade. Otimismo é positivo. É a disposição para encarar as coisas pelo seu lado positivo e esperar sempre por um desfecho favorável, mesmo em situações muito difíceis. Euforia é negativo. É uma alegria, um otimismo exagerado que não corresponde às condições internas e externas a um indivíduo. Ingenuidade é inocência franca e simples; ausência de malícia. Defeito inexistente nos políticos.

Desde a suspensão das aulas presenciais na rede pública estadual, a Udemo vem defendendo a decretação de férias coletivas, em vez do ensino remoto. E o faz com base em estudos, análises e publicações de especialistas. Vale lembrar que várias universidades públicas usaram esse expediente (férias coletivas) declarando que seus professores e alunos não tinham condições de fazer o ensino a distância com eficiência. Assim também o fez o Governador do Estado de Tocantins. Esse período – férias coletivas - poderia ser usado para incentivar nos alunos a leitura, com material impresso e adequado. Nossos alunos teriam um desempenho melhor em todos os componentes curriculares, se lessem mais. Principais argumentos levantados contra o ensino remoto na rede pública: 1) 39% dos domicílios brasileiros não têm acesso à internet por falta de computador (Cetic.br); 2) inexistência da banda larga no local; 3) indisponibilidade da rede de internet: congestionamentos, queda de rede etc. 4) falta de profissionais (professores e gestores) especializados e capacitados; 5) falta de condições familiares para acompanhar e auxiliar os alunos; 6) dificuldades e limitações para tirar dúvidas, e ausência de interação social, 7) falta de organização do trabalho e dos turnos por parte do governo; 8) educação especial, escolas indígenas, quilombolas, do campo, período noturno e EJA praticamente foram esquecidos; 9) chats e memes viraram piadas, provocações, risadas e até mesmo desrespeito aos professores; 10) os professores não são protagonistas nesse processo; 11) a presidente do CONSED (Conselho Nacional de Secretários de Educação) declarou: “Não há um padrão específico nacional. Por conta da pandemia, o carro estava andando e a gente teve que começar a fazer. Cada estado começou a se virar sozinho, achar uma saída, recriar as atividades, e os professores também”. Ou seja, improvisação, tentativa e erro. Em resumo, nesse quadro, o ensino remoto vai acentuar as desigualdades e aprofundar o quadro de exclusão. Onde o ensino remoto está funcionando, hoje? Onde já vinha funcionando há algum tempo; em escolas que não foram pegas de surpresa, que já trabalhavam com plataformas digitais, que têm as condições e a infraestrutura necessárias. São exceções na rede regular de educação básica! A Udemo é contra o ensino a distância, tal como previsto na LDB? Não! De modo algum! Desde que ele seja feito de acordo com a LDB, as normas complementares, e com a devida infraestrutura! Não como está acontecendo hoje na rede! A Udemo está esperando pelo pior, torcendo para que o ensino remoto seja um fiasco, um desastre na rede? Não! Ao contrário! Mais de uma vez usamos a expressão “tomara que funcione”. Sabemos que, não funcionando, quem perde, mais uma vez, é o aluno! O governo já fez o seu marketing! Somos otimistas, mas não podemos ser ingênuos nem eufóricos! É isto que se espera de um educador e de um sindicato de educadores: otimismo, realismo, luta e cobrança! Ingenuidade, euforia e crença em factoides, não!

E por sermos otimistas, realistas e proativos é que continuamos defendendo o concurso de provas e títulos para os professores, diretores e supervisores; continuamos defendendo a nossa carreira, a nossa previdência, os módulos escolares, e a valorização dos profissionais da educação – ativos e aposentados. Tudo contrariamente à atual política da Seduc e do Governador do Estado, que agora pedem a nossa colaboração!

 


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