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UDEMO | 15/05/20 | Atualizado em 15/05/20 14:43


ATO FALHO? - 2

 

Em entrevista à BBC News, Agência São Paulo, o Secretário da educação rebateu todas as críticas ao programa de ensino remoto coletadas e analisadas pelo jornalista Dani Borges (veja no site: “Zona de Conforto ou de Desconforto?”). Para o Secretário, “o programa tem tido sucesso entre alunos e professores”. Continuando a tratar do programa, e para resumir sua fala sobre os problemas, o Secretário usou a seguinte expressão: “estamos tentando correr atrás”. Em seguida, apelou para o sentimentalismo: “É o momento de solidariedade".

No comunicado enviado, em 13/5, aos Dirigentes Regionais de Ensino, sobre a suspensão da Liminar da Udemo, o Secretário assim se manifesta: “Envio a decisão da Justiça de suspensão da liminar obtida pela Udemo. Uma vitória para todos nós, mas especialmente pra vocês e nossos diretores que estão engajados em não deixar que nenhum aluno tenha acesso ao seu direito de aprender”.

Essas manifestações do Secretário mostram como é difícil subjugar - ou manter sob controle - o inconsciente e o subconsciente. Isso exige um manter-se ligado, atento, o tempo todo, trabalhando apenas com o consciente, que é um pedaço muito pequeno da mente humana. Quando alguém está mentindo (não é o caso do Secretário!) ou tentando mascarar fatos, sabendo que o resultado não será exatamente aquele que está sendo prometido e propagado, o inconsciente e o subconsciente estão “incomodados”, aguardando apenas uma pequena oportunidade para se manifestarem. É daí que vêm algumas expressões muito conhecidas, como: “mentira tem perna curta”; “entregar o jogo”; “ato falho”; “lapso de língua”; “lapso de memória”; “deslizes” etc. Em resumo, são atos de diferente significado – ou até mesmo contrários à intenção consciente – do que a pessoa desejaria expressar.

No primeiro caso, a afirmação do Secretário de que “o programa tem tido sucesso entre alunos e professores”, é um exemplo de discurso pensado, concentrado, mas que não corresponde à realidade. Já a expressão “estamos tentando correr atrás”, mostra que o locutor “baixou a guarda”, o inconsciente aflorou, e a verdade apareceu. Vejam que a expressão não é “estamos correndo atrás”, que já seria ruim, denotando descontrole da situação, mas que, de qualquer forma, traduziria uma atitude. A expressão é estamos tentando correr atrás”. Mais grave, ainda! É uma tentativa de correr, ainda não é a corrida! Em seguida, o Secretário apela para o sentimentalismo: “É o momento de solidariedade". Quem tem certeza de que as coisas estão dando certo, que “o programa tem tido sucesso entre alunos e professores”, não precisa usar esse recurso. Menos, ainda, quando se trata de alguém que não tem por hábito ser solidário para com os profissionais de quem agora exige solidariedade. No Júri, quando um advogado começa a apelar para o sentimentalismo, a “solidariedade”, é porque alguma coisa vai mal. E vai mal mesmo! Leia, na Folha de São Paulo, de 14/5/2020, a coluna da jornalista Angela Pinho, com a manchete: Menos de metade dos alunos da rede estadual de SP acessa ensino online na quarentena”. A jornalista esclarece, ainda, que esse percentual refere-se aos estudantes que fizeram login na plataforma. Não significa que, após se logar, eles estejam de fato assistindo a todas as aulas que deveriam acompanhar.

No segundo caso - o comunicado enviado aos Dirigentes Regionais de Ensino - “comemorando” a suspensão da Liminar da Udemo -, a “traição do inconsciente” é ainda mais flagrante. Vejam o que está escrito no comunicado: “Uma vitória para todos nós, mas especialmente pra vocês e nossos diretores que estão engajados em não deixar que nenhum aluno tenha acesso ao seu direito de aprender” (g.n.). “Nossos diretores”, aqui, é uma referência aos diretores que não usaram a liminar; que “fecham com o Secretário” e não com a Udemo. Porém, o texto dá vazão ao inconsciente, mostrando que o próprio Secretário sabe que a realidade é outra, bem diferente do que ele vem verbalizando. Leia com atenção este trecho:
“...vocês e nossos diretores que estão engajados em não deixar que nenhum aluno tenha acesso ao seu direito de aprender”.

Ou seja, os Dirigentes e os “diretores dele” estão engajados (na luta) para que nenhum aluno tenha acesso ao seu direito de aprender!

Realmente, Sr. Secretário, a Udemo não está engajada nessa luta aí. Ela está engajada na luta para que nenhum aluno deixe de ter acesso ao seu direito de aprender!

 


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