UDEMO | 28/05/20 | Atualizado em
28/05/20 12:17
Ontem e hoje
Ontem: “não se deve preocupar com a avaliação e a frequência dos alunos. Isso poderá ser feito quando da retomada das aulas presenciais. O mais importante, no momento, é incentivar a continuidade nos estudos. Fechar o bimestre, reunir o Conselho de Classe/Ano/Série são medidas importantes, mas podem aguardar a volta das aulas presenciais”.
Hoje: “Sem conseguir que todos os alunos da rede estadual de São Paulo tenham acesso às aulas online, a Secretaria de Educação determinou que os professores têm até o fim desta semana para avaliar e dar notas para suas turmas para concluir o primeiro bimestre letivo de 2020. Além dos estudantes que não conseguem acessar as atividades, há também aqueles que não conseguem devolvê-las para correção. Por isso, os professores relataram não saber como atribuir notas de forma adequada e justa, considerando as dificuldades enfrentadas durante a pandemia do coronavírus. A orientação da secretaria é de que “nenhum aluno deve ser prejudicado por não conseguir acessar as aulas online, mas que as notas devem ser lançadas no sistema digital da pasta até o fim do mês de maio”. (Matéria publicada na Folha de São Paulo, 27/5/20 – Isabel Palhares).
Mediante o absurdo e o despropósito desta orientação, endossamos as palavras da Profa. Maria Márcia Malavasi, especialista em avaliação educacional pela Unicamp, repercutindo a preocupação dos professores: “Se eu me visse numa situação de obrigação como essa, daria 10 para todos os estudantes”.
Não se faz educação com essa inconstância de propósitos, métodos e orientações. Educação exige constância, diretrizes, e respeito aos professores, que estão “lá na ponta”. Essa política do “ontem uma coisa, hoje outra”, não serve para a educação. Tenta-se passar uma imagem de gestão, de ação, dinamismo. Na verdade, não é gestão de educação; é marketing. E alienação!