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CARTA DE SÃO PAULO
Todos temos claro que a qualidade do ensino e da aprendizagem
requer a integração de todas as áreas e disciplinas
do currículo escolar, o que implica visão e ações
integradoras, acompanhamento das práticas das instituições
educacionais, no conjunto integrado das disciplinas, e proposição
de intervenções que visam garantir um ensino de qualidade.
Reconhecemos, ainda, como constitutivos da escola, a mediação
sobre os processos e o trabalho sobre o trabalho, de modo a levar em conta
a complexidade das organizações escolares e a evolução
veloz do conhecimento nos tempos contemporâneos da globalização
e da sociedade da informatização. Percebemos, portanto, o papel dos gestores como agentes
públicos fundamentais no sentido de integrar os âmbitos pedagógico
e administrativo, de gerir eficazmente recursos humanos e financeiros,
de buscar resultados educacionais e de articular a participação
democrática nas instâncias colegiadas de decisão (Conselhos
de Escola) e nas instituições auxiliares (APM - Associação
de Pais e Mestres- e Grêmios Estudantis). Consideramos que tais profissionais devem ter formação
específica, tal como prevista no artigo 64 da LDB, e exigimos,
por princípio democrático e de direito, a presença
de nossos representantes nas discussões pertinentes à avaliação
da LDB, diretrizes para os cursos de Pedagogia e disposições
concernentes à carreira do magistério. Comprometidos com a defesa dos princípios de legalidade,
impessoalidade e moralidade, pelos quais deve-se pautar a administração
pública, defendemos que o pleno exercício da democracia
só poderá acontecer se garantirmos a continuidade das políticas
educacionais como instrumento de efetivação das políticas
públicas de Estado, na perspectiva da profissionalização
dos servidores que ocupam cargos de administração, supervisão,
inspeção e orientação educacional. Reivindicamos o reconhecimento da importância dos
Especialistas de Educação, por todas as instâncias
governamentais, e exigimos nossa participação, por princípio
democrático e de direito, em discussões relativas à
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, assim
como em todas as discussões que envolvam a carreira do magistério
e a educação em nosso país. Tais lutas têm uma dimensão política
e devem sistematizar ações a serem desencadeadas com base
em diretrizes, prioridades e metas democraticamente definidas que ampliem
nosso potencial de organização. Tais procedimentos conferem-nos
maior legitimidade e compromisso, uma vez que defendemos e promovemos
a educação pública de qualidade. Restava deflagrar um processo que fortalecesse as raízes
de nossas propostas na sociedade. Em divulgá-las e defendê-las
consiste, agora, o desafio seguinte. Este evento é passo importante
nesse sentido. Entendemos que, a partir daqui, nosso desafio é
dinamizar a organização dos profissionais do suporte pedagógico,
rearticular os organismos já existentes, e organizá-los
onde eles ainda não existem. Saímos hoje revitalizados para a continuidade de
nossa luta, reafirmando a educação de qualidade como um
dever do Estado e um direito do cidadão, pelo qual cabe aos gestores
zelar. Assim, deliberamos proclamar esta Carta de São Paulo, que consubstancia nossas premissas e conclusões. São Paulo, 22 outubro de 2008. |
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