São Paulo, 14 de janeiro de
2009.
Oficio nº 005/09
Exmo. Sr. Governador,
Exma. Sra. Secretária da Educação,
O nosso Sindicato, preocupado com a grande rotatividade dos gestores das
escolas localizadas na periferia das grandes e médias cidades do
Estado de São Paulo, o que tem efeitos negativos no projeto pedagógico
dessas unidades, vem à presença de Vossa Excelência
para ponderar sobre algumas questões relacionadas a esse problema,
e propor soluções.
Os profissionais que trabalham nessas
unidades exercem o seu ofício em condições adversas.
Eles vivenciam, no dia a dia, a violência, a criminalidade, o tráfico
de drogas, a destruição de veículos, a invasão
das escolas. Muitos deles chegam a sofrer agressões morais e físicas.
Por causa disso, e por não haver
diferença salarial entre escolas de periferia e escolas centrais
- com exceção do ALE, que não contempla todas as
escolas periféricas - os diretores tendem a se remover dessas escolas,
na primeira oportunidade. Conforme já afirmamos, essa rotatividade
constante traz prejuízos para o processo pedagógico.
Uma primeira tentativa de solução
(ou diminuição) do problema seria a extensão do Adicional
de Local de Exercício para todas as escolas da periferia, levando-se
em conta não apenas a vulnerabilidade das áreas em questão,
mas as reais dificuldades enfrentadas pelos profissionais que ali exercem
suas funções.
É necessário que os gestores
dessas unidades recebam uma compensação financeira capaz
de motivá-los e mantê-los por mais tempo nelas, o que, com
certeza, resultará em uma melhora do processo pedagógico
da escola e do rendimento dos seus alunos.
Ressalte-se ainda que os critérios
atualmente utilizados para a concessão do Adicional de Local de
Exercício não dão conta de toda essa realidade.
Na certeza de estarmos, juntos, lutando
por uma escola pública melhor e para todos, aguardamos pronunciamento
de Vossa Excelência.
Respeitosamente,
Luiz Gonzaga de Oliveira Pinto
Presidente
À Sua Excelência
Dr. José Serra
DD.Governador do Estado de São Paulo
São Paulo-SP
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Decálogo
a
ser seguido pelos gestores para a solução dos problemas
de infra-estrutura das Escolas Públicas Estaduais
1
Se não houver merendeira na escola,
não será fornecida a merenda;
2
Se não houver pessoa responsável
pela Biblioteca, ela permanecerá fechada;
3
Se não houver escriturários e secretário,
de acordo com o módulo, não haverá entrega
de documentos na DE;
4
Se não houver verba para compra
de material e manutenção da sala de informática,
o local não será utilizado;
5
Se não houver recursos para reparos e vazamentos
no prédio escolar,
não haverá consertos;
6
Se não houver recursos para pintura do prédio, o prédio
não será pintado;
7
Se não houver verba para a contratação
de contador para as escolas, não haverá prestação
de contas à FDE;
8
Se não houver verba suficiente para a contratação
de funcionários pela CLT,
o dinheiro será devolvido;
9
Se a mão-de-obra provisória
não for qualificada, será recusada;
10
Se as festas não tiverem o objetivo de integrar
a escola à comunidade, não serão realizadas
A
nossa escola é, por previsão constitucional, pública
e gratuita. Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos.
Todas
as omissões do Estado, com relação aos itens
acima, deverão ser objetos
de ofícios da direção às Diretorias
Regionais de Ensino, a fim de isentarem o diretor
de eventuais responsabilidades administrativas.
Toda e qualquer ameaça de punição aos diretores
associados da Udemo, por tomarem aquelas atitudes, será objeto
de defesa jurídica por parte do Sindicato, seguida de denúncia
ao Ministério Público e propositura de Ações
Civis Públicas contra o Estado, pelo não cumprimento
das suas obrigações para com as unidades escolares
e pelos prejuízos causados à comunidade escolar.
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