Brasil: oitava economia mundial

Deu na Folha de São Paulo, 28/03/2010, que o Brasil voltou a ser a oitava economia mundial, estando à frente da Espanha e do Canadá.

Façanha digna de aplauso e euforia. Vamos comemorar!

Porém, se você já passou pela Espanha e pelo Canadá, vai ver que é difícil acreditar nesse ranking.

Além de bater a Espanha e o Canadá, o Brasil ficou muito próximo da Itália, Reino Unido, França e Alemanha.

Mas, e a nossa educação? Também bate a da Espanha e do Canadá? Fica próxima da Itália, Reino Unido, França e Alemanha ?

Nem topograficamente.

Como se explica, então, que a oitava economia mundial seja, ao mesmo tempo, quase a última em termos de educação e qualidade de vida?

São Paulo representa mais da metade da economia nacional. Como está a educação neste Estado? Péssima!

Se o Brasil é a oitava economia mundial e o Estado de São Paulo é a maior economia do Brasil, para onde vai toda essa riqueza?

Cada leitor vai ter uma reposta a essa pergunta. Unanimidade, com certeza, será a seguinte conclusão: para a educação é que não vai! Para os profissionais da educação, lá na escola, é que não vai!

E ainda há colegas que acreditam que o governo realmente não tem dinheiro para pagar melhor os professores!

E há colegas, na educação e fora dela, que acreditam no governo, quando declara que a greve do magistério é política! No pior sentido que se pode dar à palavra "política".

A economia do Brasil está melhor que a da Espanha e do Canadá. O problema é que os nossos governantes estão muito longe daqueles países, em todos os sentidos.

 

Decálogo
a ser seguido pelos gestores para a solução dos problemas de infra-estrutura das Escolas Públicas Estaduais


1
Se não houver merendeira na escola,
não será fornecida a merenda;

2
Se não houver pessoa responsável pela Biblioteca, ela permanecerá fechada;

3
Se não houver pessoal de secretaria,
de acordo com o módulo, não haverá entrega de documentos na DE;

4
Se não houver verba para compra
de material e manutenção da sala de informática, o local não será utilizado;

5
Se não houver recursos para reparos e vazamentos no prédio escolar,
não haverá consertos;

6

Se não houver recursos para pintura do prédio, o prédio não será pintado;

7

Se não houver verba para a contratação de contador para as escolas, não haverá prestação de contas à FDE;

8
Se não houver verba suficiente para a contratação de funcionários pela CLT,
o dinheiro será devolvido;

9
Se a mão de obra provisória
não for qualificada, será recusada;

10
Se as festas não tiverem o objetivo de integrar a escola à comunidade, não serão realizadas

A nossa escola é, por previsão constitucional, pública e gratuita. Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos. Todas as omissões do Estado, com relação aos itens acima, deverão ser objetos de ofícios da direção às Diretorias Regionais de Ensino, a fim de isentarem o diretor de eventuais responsabilidades administrativas.
Toda e qualquer ameaça de punição aos diretores associados da Udemo, por tomarem aquelas atitudes, será objeto de defesa jurídica por parte do Sindicato, seguida de denúncia ao Ministério Público e propositura de Ações Civis Públicas contra o Estado, pelo não cumprimento das suas obrigações para com as unidades escolares e pelos prejuízos causados à comunidade escolar.