É duro adolescer

O economista, doutorado por Harvard -ele faz questão de frisar isso - Gustavo Iochpe, aquele que deve ganhar uma fortuna para defender a tese de que um bom profissional (em particular, um professor), não precisa ser bem pago, agora parece estar criando juízo, e amadurecendo.

Na Revista Veja, Edição n. 2160, de abril de 2010, num artigo intitulado "Brasil: a primeira potência de semiletrados? ele faz afirmações curiosas:

- "O problema será muito pior nos próximos vinte anos, à medida que a demanda por pessoas qualificadas for aumentando e as escolas continuarem formando incompetentes"

- "A primeira é que o atraso educacional brasileiro em relação aos países desenvolvidos aumentou consideravelmente".

- "Nenhum país jamais se tornou potência com uma população de semianalfabetos. É improvável que o Brasil seja o primeiro, mesmo com todos os recursos naturais de que dispomos".

Portanto, a devida valorização da escolaridade e da educação.

Só que, em seguida, para não perder a mania, ele ataca:

"O diacho (expressão engraçadinha) é que a maior parte do discurso ainda é pré-científica (ou anticientífica) e continua insistindo em teses furadas e demagógicas: que o Brasil investe pouco e que o principal problema é o salário do professor".

Quanto será que ganham os seus (ex) professores? Será que ele aceitaria trabalhar 40 horas semanais, como professor, para ganhar R$ 2.000,00 por mês? Perguntas essas que dispensam respostas, até porque soam como provocação. Mas não são!

Certas afirmações, que esse economista faz, parecem coisas de criança mimada que está adolescendo. Parece.

 

Decálogo
a ser seguido pelos gestores para a solução dos problemas de infra-estrutura das Escolas Públicas Estaduais


1
Se não houver merendeira na escola,
não será fornecida a merenda;

2
Se não houver pessoa responsável pela Biblioteca, ela permanecerá fechada;

3
Se não houver pessoal de secretaria,
de acordo com o módulo, não haverá entrega de documentos na DE;

4
Se não houver verba para compra
de material e manutenção da sala de informática, o local não será utilizado;

5
Se não houver recursos para reparos e vazamentos no prédio escolar,
não haverá consertos;

6

Se não houver recursos para pintura do prédio, o prédio não será pintado;

7

Se não houver verba para a contratação de contador para as escolas, não haverá prestação de contas à FDE;

8
Se não houver verba suficiente para a contratação de funcionários pela CLT,
o dinheiro será devolvido;

9
Se a mão de obra provisória
não for qualificada, será recusada;

10
Se as festas não tiverem o objetivo de integrar a escola à comunidade, não serão realizadas

A nossa escola é, por previsão constitucional, pública e gratuita. Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos. Todas as omissões do Estado, com relação aos itens acima, deverão ser objetos de ofícios da direção às Diretorias Regionais de Ensino, a fim de isentarem o diretor de eventuais responsabilidades administrativas.
Toda e qualquer ameaça de punição aos diretores associados da Udemo, por tomarem aquelas atitudes, será objeto de defesa jurídica por parte do Sindicato, seguida de denúncia ao Ministério Público e propositura de Ações Civis Públicas contra o Estado, pelo não cumprimento das suas obrigações para com as unidades escolares e pelos prejuízos causados à comunidade escolar.