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Matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, de 11/02/08. Para diretores, sobra indisciplina nas escolas Pesquisa mostra que 64% dos dirigentes das escolas estaduais e 47% das particulares reclamam do comportamento dos alunos Estudo mostra também que a falta de recursos é preocupação tanto dos diretores das escolas públicas como das privadas Falta dinheiro nas
escolas e sobra indisciplina por parte dos alunos. A reclamação
é comum entre diretores de escolas tanto da rede pública
(estadual e municipal) como da particular. De autoria da pesquisadora
Roberta Biondi, o estudo mostra que a queixa mais comum entre diretores
é a insuficiência de recursos financeiros. No caso da rede pública,
os diretores se queixam também da falta de recursos pedagógicos
(67% nas estaduais e 56% nas municipais) -problema que é pouco
citado na rede privada (apenas 19%). Além disso,
os diretores das escolas públicas têm que lidar com falta
de alunos, de professores e com interrupção de atividades,
em índices muito maiores aos verificados por seus colegas na rede
privada. A comparação feita pelo Inep com anos anteriores mostra que, com poucas variações, esses problemas são citados por diretores de escolas públicas desde 1995, quando já eram verificados com maior freqüência nas redes estaduais e municipais do que no setor privado. Faltas A última avaliação,
feita com base no Saeb de 2005, mostra que mais de um terço (35%)
de diretores de escolas estaduais e 28% nas municipais, reclamaram, naquele
ano, do alto índice de faltas por parte dos alunos. Na rede privada,
foram apenas 4%. O mesmo acontece com as faltas por parte dos professores,
ou da excessiva interrupção das atividades escolares. "Mesmo em São
Paulo, que é o Estado mais rico da Federação, as
escolas carecem de recursos financeiros. Além disso, há
pouca liberdade no manejamento das verbas. Elas já vêm todas
carimbadas para determinados fins", afirma Luiz Gonzaga de Oliveira
Pinto, presidente da Udemo (sindicato que representa diretores de escolas
de São Paulo). "Imagino que,
em outros Estados, a situação seja ainda pior", afirma
Oliveira Pinto. Segundo ela, é por isso que os diretores reclamam tanto também da carência de recursos pedagógicos. "Quando chega o dinheiro, temos que priorizar a limpeza ou conservação do prédio em detrimento da aquisição de novos materiais a serem utilizados em sala de aula", diz. Dificuldades A presidente da Undime
(União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação),
Cleuza Repulho, reconhece que a maioria dos municípios têm
dificuldade para melhorar a gestão financeira das escolas. "Muitas redes
estão em processo de descentralização dos recursos,
mas não é simples. Eu mesma só comecei isso em Santo
André [onde é secretária da Educação]
há três anos." "A gente tem
acelerado esse processo anualmente, até para que os diretores se
acostumem a lidar com esses recursos e estejam preparados para seguir
todas as regras da administração pública, mas é
um trâmite legal complexo", diz ela. Em muitos municípios, disse ela, nem mesmo os secretários da Educação são gestores plenos dos seus recursos e dependem da liberação de verbas de outras secretarias. |
Decálogo A nossa escola é, por previsão constitucional, pública e gratuita. Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos. Todas
as omissões do Estado, com relação aos itens acima,
deverão ser objetos de ofícios
da direção às Diretorias Regionais de Ensino,
a fim de isentarem o diretor de eventuais responsabilidades administrativas.
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