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Matéria retirada do jornal Folha de São Paulo, de 29/09/07 Rico ainda é maioria em universidade pública O acesso à
universidade pública ainda é um desafio para a população
mais pobre. Dados da pesquisa mostram que mais da metade (54,3%) dos alunos
que freqüentam as universidades públicas pertencem aos 20%
mais ricos da população. Segundo o IBGE, o
número tem declinado nos últimos anos, mas permanece elevado.
Segundo o presidente do instituto, Eduardo Nunes, ele reflete a concorrência
elevada para a entrada em universidades públicas. "Quem consegue
ingressar na rede pública são pessoas que têm renda
superior", afirmou Ana Lúcia Sabóia, coordenadora da
pesquisa. O instituto ressalta
que a melhor qualidade do ensino nas universidades públicas contribui
para aumentar a concorrência, especialmente no Sul e no Sudeste.
Os estudantes mais ricos são maioria também na rede particular,
com 64,2% dos estudantes. Entre os 20% mais pobres, 1,8% estão
na rede pública e 1% na rede particular. "Universidade
é para os ricos, independente de ser pública ou privada.
O que preocupa é que a expansão da rede de ensino está
ocorrendo nas universidades privadas, que têm mostrado baixa qualidade",
afirma Sergei Soares, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada). Os principais problemas
escolares começam muito antes da universidade, segundo a pesquisa.
Na faixa de 15 anos a 17 anos, o acesso à escola passou de 69,5%
em 1996 para 82,2% no ano passado. Apesar disso, apenas 47,1% dos estudantes
estão na série adequada. No Nordeste, esse percentual é
ainda menor, de apenas 33,1%. Com o aumento das
exigências no mercado de trabalho, muitos jovens voltam à
escola. O resultado é que na faixa de 18 a 24 anos o acesso à
escola passou de 28,4% para 31,7% entre 1996 e 2006, mas na prática,
35,3% dos estudantes nessa faixa ainda estão no ensino médio. Em 1996, a taxa de
defasagem chegava a 43,9%. O instituto atribui a redução
à adoção dos programas de progressão continuada,
usados em mais de 10% das escolas do país. Em São Paulo,
o sistema está presente em mais de 70% dos estabelecimentos de
ensino. A proposta divide especialistas. As principais críticas
apontam para uma desvalorização do diploma.
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Decálogo A nossa escola é, por previsão constitucional, pública e gratuita. Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos. Todas
as omissões do Estado, com relação aos itens acima,
deverão ser objetos de ofícios
da direção às Diretorias Regionais de Ensino,
a fim de isentarem o diretor de eventuais responsabilidades administrativas.
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