Revista
do Projeto Pedagógico
II - Trabalhando
com Alunos: Subsídios e Sugestões
5.
O Professor como Mediador no Processo Ensino Aprendizagem
O
mundo está mudando e isso está ocorrendo a uma velocidade
sem precedentes na evolução histórica da humanidade.
A globalização, o surgimento de novas tecnologias, como
o avanço das telecomunicações e da informática,
contribuem para que ocorra mudanças, também, na Educação.
A interação professor - aluno vem se tornando muito mais
dinâmica nos últimos anos.
O professor tem deixado de ser um mero transmissor de conhecimentos
para ser mais um orientador, um estimulador de todos os processos que
levam os alunos a construírem seus conceitos, valores, atitudes
e habilidades que lhes permitam crescer como pessoas, como cidadãos
e futuros trabalhadores, desempenhando uma influência verdadeiramente
construtiva.
A Educação deve não apenas formar trabalhadores
para as exigências do mercado de trabalho, mas cidadãos
críticos capazes de transformar um mercado de exploração
em um mercado que valorize uma mercadoria cada vez mais importante:
o conhecimento. Dentro deste contexto, é imprescindível
proporcionar aos educandos uma compreensão racional do mundo
que o cerca, levando-os a um posicionamento de vida isento de preconceitos
ou superstições e a uma postura mais adequada em relação
a sua participação como indivíduo na sociedade
em que vive e do ambiente que ocupa.
O desafio de contribuir com a educação do jovem e do cidadão,
num momento de mudanças e incertezas e a necessidade de resgatar
valores tão importantes condizentes com a sociedade contemporânea
leva o professor a entender que deverá exercer um novo papel,
de acordo com os princípios de ensino-aprendizagem adotados,
como saber lidar com os erros, estimular a aprendizagem, ajudar os alunos
a se organizarem, educar através do ensino, entre outros.
O aluno precisa adquirir habilidades como fazer consultas em livros,
entender o que lê, tomar notas, fazer síntese, redigir
conclusões, interpretar gráficos e dados, realizar experiências
e discutir os resultados obtidos e, ainda, usar instrumentos de medida
quando necessário, bem como compreender as relações
que existem entre os problemas atuais e o desenvolvimento científico.
Isso só será possível, a partir do momento que
o professor assumir o seu papel de mediador do processo ensino-aprendizagem,
favorecendo a postura reflexiva e investigativa. Desta maneira ele irá
colaborar para a construção da autonomia de pensamento
e de ação, ampliando a possibilidade de participação
social e desenvolvimento mental, capacitando os alunos a exercerem o
seu papel de cidadão do mundo.
O modo de entender e agir que nos possibilita não nos deixarmos
abater pela adversidade e, até mesmo, de utilizá-la para
crescer. Uma das causas do fracasso do ensino é que tradicionalmente,
a prática mais comum era aquela em que o professor apresentava
o conteúdo partindo de definições, exemplos, demonstração
de propriedades, seguidos de exercícios de aprendizagem, fixação
e aplicação, pressupondo-se que o aluno aprendia pela
reprodução. Considerava-se que uma reprodução
correta era evidência de que ocorrera a aprendizagem. Essa prática
mostrou-se ineficaz, pois a reprodução correta poderia
ser apenas uma simples indicação de que o aluno aprendeu
a reproduzir, mas não aprendeu o conteúdo. É necessário
saber para ensinar. O professor deve se mostrar competente na sua área
de atuação, demonstrando domínio na ciência
que se propõe a lecionar, pois do contrário, irá
apenas "despejar" os conteúdos "decorados"
sobre os alunos, sem lhes dar oportunidade de questionamentos e criticidade.
Adequar a metodologia e os recursos audiovisuais de forma que haja a
comunicação com os alunos, é também, uma
forma de fazer da aula um momento propício à aprendizagem.
É importantíssimo que o professor tenha, também,
competência humana, para que possa valorizar e estimular os alunos,
a cada momento do processo ensino-aprendizagem. A motivação
é imprescindível para o desenvolvimento do indivíduo,
pois bons resultados de aprendizagem só serão possíveis
à medida que o professor proporcionar um ambiente de trabalho
que estimule o aluno a criar, comparar, discutir, rever, perguntar e
ampliar idéias.
Dentro das competências: científica, técnica, humana
e política desenvolvidas pelo professor, é essencial propiciar
aos alunos condições para o desenvolvimento da capacidade
de pensar crítica e logicamente, fornecendo-lhes meios para a
resolução dos problemas inerentes aos conteúdos
trabalhados interligados ao seu cotidiano, fazendo com que ele compreenda
que o estudo é mais do que mera memorização de
conceitos e termos científicos transmitidos pelo professor ou
encontrados em livros.
É um trabalho em que raciocínio e criatividade são
recompensados.
É indispensável dar mais ênfase à aprendizagem
do que aos programas e provas como é prática comum em
nossas escolas, pois no processo de ensino e aprendizagem, conceitos,
idéias e métodos devem ser abordados mediante a exploração
de problemas, desenvolvendo competências para a interpretação
e resolução dos mesmos. E esta resolução
não é um exercício em que o aluno aplica, de forma
quase mecânica, uma fórmula ou um processo operatório,
mas uma orientação para a aprendizagem, pois proporciona
o contexto em que se pode aprender conceitos, procedimentos e atitudes.
Para que ocorram essas transformações, tão necessárias,
é preciso que o professor demonstre profissionalismo, ética
e, acima de tudo, compromisso com o sucesso dos alunos. O compromisso
de conduzi-los ao aprendizado. É o desafio para todos os que
estão envolvidos em Educação.
__________
Elenir Souza Santos
Revista Gestão Universitária, Edição 40
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Decálogo
a ser
seguido pelos gestores para a solução dos problemas de infra-estrutura
das Escolas Públicas Estaduais 1
Se não houver merendeira na escola, não
será fornecida a merenda;
2 Se não houver pessoa responsável pela Biblioteca,
ela permanecerá fechada; 3
Se não houver escriturários e secretário, de acordo
com o módulo, não haverá entrega de documentos na DE;
4 Se não houver verba
para compra de material e manutenção da sala de informática,
o local não será utilizado; 5
Se não houver recursos para reparos e vazamentos no prédio
escolar, não haverá consertos;
6 Se não houver recursos para pintura do prédio,
o prédio não será pintado;
7 Se não houver verba para a contratação
de contador para a escola, não haverá prestação de
contas à FDE; 8 Se
não houver verba suficiente para a contratação de funcionários
pela CLT, o dinheiro será devolvido;
9 Se a mão-de-obra provisória não
for qualificada, será recusada; 10
Se as festas não tiverem o objetivo de integrar a escola
à comunidade, não serão realizadas A
nossa escola é, por previsão constitucional, pública e gratuita.
Portanto, ela tem de ser custeada pelos cofres públicos. Todas
as omissões do Estado, com relação aos itens acima, deverão
ser objetos de ofícios da direção
às Diretorias Regionais de Ensino, a fim de isentarem o
diretor de eventuais responsabilidades administrativas. Toda e qualquer ameaça
de punição aos diretores associados da Udemo, por tomarem aquelas
atitudes, será objeto de defesa jurídica por parte do Sindicato,
seguida de denúncia ao Ministério Público e propositura de
Ações Civis Públicas contra o Estado, pelo não cumprimento
das suas obrigações para com as unidades escolares e pelos prejuízos
causados à comunidade escolar. |