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UDEMO | 08/07/2022 | Atualizado em 8/07/22 13:46


Deu na Folha de São Paulo! 08/07/2022

Governo de SP não consegue preencher todas as vagas para professor temporário

Das 2.900 vagas abertas, 500 não foram preenchidas antes do prazo permitido pela legislação eleitoral

Mesmo após autorizar que docentes sem formação na área a darem aula, o governo de Rodrigo Garcia (PSDB) não conseguiu contratar o número de professores que calculava ser necessário para atender a demanda das escolas estaduais de São Paulo.

Depois de ter concluído o primeiro semestre com parte das aulas sem professores, o governo anunciou a abertura de 2.900 vagas em regime temporário.

Segundo a Secretaria de Educação, foram firmados cerca de 2.400 contratos até sábado (2) —último dia em que novas contratações poderiam ser feitas, de acordo com a legislação eleitoral.

Assim, do total de contratações previstas para resolver o déficit de professores no estado, 17,2% continuarão sem ser preenchidas até o fim do ano letivo.

A secretaria informou que não é possível firmar mais nenhum novo contrato, mas diz que as aulas restantes serão "ministradas por professores eventuais, vice-diretores, coordenadores ou proatecs, além dos estudantes terem o conteúdo inédito por meio do Centro de Mídias".

Há nove anos sem concurso público e com a implantação de novos programas que aumentaram a carga horária nas escolas estaduais, o Governo de São Paulo não tem professores em número suficiente para dar aula aos cerca de 3,5 milhões de alunos da rede.

A Folha mostrou que, já quase ao fim do primeiro semestre letivo, 17% das aulas nos chamados itinerários formativos —parte do ensino médio que os estudantes podem escolher de acordo com os seus interesses— ainda estavam sem um professor atribuído. Durante esses meses, as aulas foram substituídas por atividades remotas do Centro de Mídias.

O próprio governador chegou a minimizar o déficit de professores, dizendo que era preciso olhar para o "copo meio cheio" já que a maioria das aulas tinham sido atribuídas a docentes. Nessa segunda-feira (4), no entanto, disse em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, que não se acomodaria até conseguir completar o quadro de professores.

"Todo desafio de algo novo não é simples. Enquanto tiver 1% de aula sendo dada de forma online, o governador não se acomoda", disse. Segundo Rodrigo, o índice de aulas ministradas de forma online no estado é de menos de 10%.

A secretaria relaciona a falta de professores à maior oferta de aulas no novo ensino médio e à ampliação do PEI (Programa Ensino Integral), vitrine eleitoral do governador. Desde 2019, o número de escolas de tempo integral no programa passou de 364 para 2.050.

Para especialistas, o déficit de docentes resulta da falta de planejamento para a contratação de mais profissionais, já que os dois programas aumentam a carga horária nas escolas. Também avaliam que o governo não consegue atrair professores pelas más condições da profissão.

"O estado mais rico do país não conseguir contratar professores é motivo de muita preocupação. Essa situação deveria levar o governo a questionar quais condições tem oferecido aos seus profissionais. O salário é adequado? O problema atual indica que não", diz Fernando Cássio, professor de políticas educacionais na UFABC.

Em nota, a Secretaria de Educação disse ter 98% das aulas atribuídas. Questionada sobre os prejuízos educacionais aos estudantes que tiveram aulas de forma remota durante o primeiro semestre letivo, a pasta disse que "a aprendizagem é um processo contínuo, que não se resume a um semestre".

Isabela Palhares

Comentários da Udemo:

  1. Por que faltam professores no estado mais rico do país? Porque esses educadores não são valorizados, do ponto de vista social  e salarial. Porque esses profissionais são desrespeitados pelo próprio governo. Porque educação não é prioridade! Porque esse governo está preocupado com as próximas eleições e não com as próximas gerações !
  2. Segundo a Seduc, “98% das aulas foram atribuídas”. Todos os que trabalham na rede sabem que isso não é verdade, e que a situação vai piorar com as novas resoluções.
  3. A pasta disse que "a aprendizagem é um processo contínuo, que não se resume a um semestre". É verdade ! A falta de aprendizagem nas escolas públicas estaduais também é um processo contínuo que não se resume a um semestre. Prova disso é que ela vem se prolongando por oito semestres!

Fonte: Folha de São Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2022/07/governo-de-sp-nao-consegue-preencher-todas-as-vagas-para-professor-temporario.shtml


 

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