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UDEMO | 25/09/19 10:08 | Atualizado em 27/09/19 11:53


A Udemo não Exagera – Escolas PEI !

A Udemo sempre teve uma postura crítica em relação aos projetos e programas da Secretaria da Educação. Queremos o melhor para nossas escolas; por isso, apoiamos as boas iniciativas e condenamos as más. Sempre nos colocamos à disposição da Secretaria para sugestões, propostas, debates, tendo em vista nossa experiência e vivência na área. Não temos nenhum viés político-partidário. Nosso partido é o “PE”, ou seja, “Partido da Educação”. Apoiamos quem apoia a educação!

Exatamente por querermos o melhor para as escolas públicas de educação básica, não podemos concordar com o que vem acontecendo na SEDUC. Esta Secretaria tem demonstrado desconhecer a nossa realidade; tanto a rede quanto a legislação que a rege.

Há algum tempo, pediram nossa sugestão para um programa de governo na área da educação. Nossa proposta, para um mandato de quatro anos, foi: investir no professor e na escola. Em quatro anos, nenhuma escola sem professor, funcionários, verbas e infraestrutura. Nenhum professor sem formação, capacitação, treinamento, acompanhamento, supervisão, avaliação, e até mesmo afastamento temporário, remunerado, para atualização. Em quatro anos, salários justos, capazes de atrair para o magistério (e nele manter) os melhores profissionais.

Atendidos esses itens, que são essenciais - que são pré-requisitos-, o próximo passo seria a padronização da jornada escolar em 6 horas. Nenhuma escola com jornada inferior a 6 horas! Esclarecemos que “Educação Integral”- como prevista no PEE - não implica, necessariamente, jornada de 8, 9 ou mais horas na escola. Prova disso é que a própria SEDUC está agora propondo um PEI em jornada de 7 horas. Fundamental é garantir que o professor tenha uma jornada integral numa única escola, e que os alunos tenham um período de 6 horas numa unidade com toda a infraestrutura necessária. É melhor termos 5.000 escolas em jornada de 6 horas -funcionando bem -, com menor custo, do que 600 unidades com jornada de 9 horas e meia – funcionando precariamente -, com um custo maior.

O Plano Estadual de Educação (PEE) fala em “educação integral” e também em “educação em tempo integral”, mas sem definir duração de jornada. Com relação à “educação em tempo integral”, no entanto, o PEE determina que seja garantida “a infraestrutura necessária para o atendimento da educação (....), no que se refere a espaços, laboratórios, salas de leitura, equipamentos de informática e recursos didático-pedagógicos”. Ou seja, infraestrutura é pré-requisito para a implantação da “educação em tempo integral”.

Exatamente o oposto do que ocorre hoje na nossa rede. Tenta-se implantar a “educação em tempo integral” (com o nome de “Programa Ensino Integral”) sem a infraestrutura necessária. Sem professor ! Sem material ! Sem verbas!

Não tem como funcionar !

Veja alguns depoimentos (os mais dramáticos) que colhemos em nossas visitas e contatos com escolas do programa PEI. Pelo que pudemos observar, os problemas relatados são a regra geral; as poucas escolas que não passam por esses problemas são exceções. É a realidade. A Udemo não Exagera !

PEI sem professores e sem infraestrutura

“Sou diretora de escola PEI (...). É uma escola sem verbas, sem estrutura, sem material, igualzinha às demais escolas. O que diferencia é a cobrança pesada sobre resultados. Como obter resultados sem estrutura, sem professores, sem material? ..... Estamos sem verba estadual até o momento. Nem papel temos, igual às demais escolas. Não podemos deixar os alunos no pátio; não dispomos de professores eventuais; temos falta de professores; estamos em setembro e o quadro está incompleto até o presente momento.

Fiz muito esforço para estar numa PEI. Sempre fui muito responsável na escola regular. Hoje estou cansada do PEI. São anos de trabalho, sem estrutura. Cansou!”

PEI sem merenda escolar

“Em agosto, recebemos um e-mail ... referente a compra de alho e óleo para a merenda escolar (o alho para o mês de agosto e o óleo para até o final deste ano).  Não foi possível efetuar a compra do óleo até o final do ano e com a verba disponibilizada   foi comprado um pouco de alho e óleo para 40 dias letivos, o que foi informado via e-mail deste núcleo para todas as nossas escolas. Até o presente momento não nos foi informado como será fornecido o alho para nossas escolas, e sem esta informação não temos o que repassar para nenhum dos senhores responsáveis pela merenda escolar”.

Obs.: estas escolas estão sem merenda desde o início de agosto !


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